domingo, novembro 10, 2013

O Grande Teste


Os indícios de que o Benfica está em franca recuperação são notórios. É evidente que as três vitórias consecutivas para o campeonato são um marco importante, mas nem sequer é o aspecto mais relevante. O que explica as melhorias visíveis do Benfica é um regresso, paulatino mas seguro, do que foram os alicerces da temporada passada.
Acima de tudo, a estabilização do eixo Enzo-Matic como solução prioritária para o meio-campo. Depois de algum experimentalismo, o recurso à dupla de centro campistas de 2012/13 devolveu o Benfica a rotinas já conhecidas.
Não menos importante, na ausência de Sálvio, a melhoria de forma de Gaitán permitiu à equipa reganhar velocidade. Mesmo jogando a espaços, as diagonais do argentino facilitam a vida aos pontas-de-lança. Neste momento, fica só a faltar um segundo jogador a fazer o mesmo, vindo do outro extremo – um papel que pode ser de Markovic. Com um duplo pivot a marcar o ritmo da equipa e a ocupar bem os espaços no centro do terreno, estão reunidas as condições para Gaitán/Markovic surgirem na frente, das laterais para o meio.
Com um meio-campo a conferir solidez e dois criativos rápidos, não só a falsa questão de precisarmos de um “10” que organize o jogo fica resolvida, como está criado o contexto ideal para (re)surgir o Cardozo de sempre. A este propósito, não deixa de ser curioso saber onde é que andam todos aqueles que diziam que a reintegração do paraguaio era uma impossibilidade. Ora, não só o Tacuara tem revelado a eficácia costumeira, como até do ponto de vista anímico parece ser dos jogadores que melhor ultrapassou o trauma do fim da época passada.
Mas se os últimos jogos têm deixado melhores impressões, para a tendência se consolidar é importante saber como é que o Benfica vai ultrapassar o mês de Novembro. A coincidência de ao jogo de hoje para a Champions se sucederem dois outros jogos decisivos, em duas frentes diferentes (Sporting para a Taça e Braga para o campeonato), vai ser a prova dos nove. Se passarmos este grande teste, há boas razões para estarmos optimistas em relação ao futuro.
 publicado no Record de 5 de Novembro